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Calçadistas exportaram US$ 1,3 bilhão em 2022


Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que o ano de 2022 somou 141,9 milhões de pares exportados pelo Brasil, o que gerou mais de US$ 1,3 bilhão em divisas. Os números são superiores tanto em volume (+14,8%) quanto em receita (+45,5%) em relação aos registrados em 2021. No comparativo com a pré-pandemia, os registros também são positivos, 23,2% em volume e 34,8% em receita. No último mês de 2022, as exportações somaram o embarque de 12,7 milhões de pares por US$ 110 milhões, resultado negativo em pares (-1,5%) e positivo em dólares (+16,3%) na relação com o mês correspondente de 2021.


O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que as exportações foram fundamentais para que a produção do setor registrasse aumento de cerca de 3% ao longo do ano passado, para mais de 840 milhões de pares. “No ano de 2022, as exportações representaram quase 17% das vendas do setor, número que era de 15% no ano anterior”, conta o dirigente. Segundo ele, o valor gerado com os embarques de calçados brasileiros foi o melhor em 12 anos. “É algo a ser comemorado. O desafio, agora, é manter esses números diante de um 2023 que aparece mais complicado no cenário internacional, com o aumento da inflação mundial, provocada pela guerra no Leste Europeu, e pelo retorno de uma China faminta ao mercado após as restrições da política de Covid Zero”, comenta Ferreira.


Ao longo do ano passado, outro ponto positivo destacado pelo dirigente da Abicalçados é a maior representação da América Latina. “O grupo de países latino-americanos, que responderam por 42% dos valores gerados com embarques em 2021, aumentaram essa fatia para 45% no ano passado”, avalia o executivo.


Destinos

Principal destino do calçado brasileiro no exterior, os Estados Unidos importaram 17,84 milhões de pares no último ano, gerando US$ 334,6 milhões em divisas para os calçadistas brasileiros. Os resultados são superiores tanto em volume (+17,7%) quanto em receita (+46,4%) em relação a 2021.


O segundo destino do calçado brasileiro no ano passado foi a Argentina, para onde partiram 15,9 milhões de pares por US$ 179,4 milhões, incrementos de 19% em volume e de 55,8% em receita na relação com 2021.


O terceiro destino dos pares verde-amarelos no ano passado foi a França, que importou 6 milhões de pares por US$ 65,36 milhões, queda de 15,8% em volume e aumento de 8,6% em receita na relação com 2021.


Estados

O maior exportador de calçados do Brasil em 2022 foi o Rio Grande do Sul. No ano passado, as fábricas gaúchas embarcaram 42,8 milhões de pares, que geraram US$ 616,37 milhões, resultados superiores tanto em volume (+30,7%) quanto em valores (+52,6%) em relação a 2021.


O segundo estado exportador de calçados no ano passado foi o Ceará, de onde partiram 40 milhões de pares, que geraram US$ 266,9 milhões, incrementos tanto em volume (+5%) quanto em receita (+27%) em relação a 2021.


Fechando o ranking de origens das exportações brasileiras apareceram São Paulo (10,6 milhões de pares e US$ 138,4 milhões, altas de 27,3% e 46,3%, respectivamente, ante 2021) e Minas Gerais (13,5 milhões de pares e US$ 81,48 milhões, incrementos de 27% e 59,6%, respectivamente, ante 2021).


Importações em alta

Em 2022, as importações de calçados também tiveram alta. Naquele ano, entraram no Brasil 25,8 milhões de pares por US$ 367 milhões, incrementos 13,7% e 28%, respectivamente, ante 2021. As principais origens seguiram sendo os países asiáticos (Vietnã, Indonésia e China, que juntos responderam por mais de 80% das importações).


Quem mais exportou calçados para o Brasil em 2022, em pares, foi a China, que embarcou para cá 10,4 milhões de pares por US$ 49,35 milhões, altas de 5,6% e 34,6%, respectivamente, ante 2021. A segunda origem das importações foi o Vietnã, de onde foram importados 8,22 milhões de pares por US$ 175,43 milhões, incrementos de 6,2% e 17,3%, respectivamente, ante 2021. Completando o ranking apareceu a Indonésia, que enviou para o Brasil 3 milhões de pares por US$ 61,5 milhões, altas de 5% e 25%, respectivamente, no comparativo com o ano anterior.


Em partes - cabedais, saltos, solados, palmilhas etc - as importações somaram US$ 30,3 milhões, 26% mais do que em 2021. As principais origens foram a China, seguida por Vietnã e Paraguai.

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